Zika avança em Pernambuco

07 janeiro, 2016

Em 15 dias, virose relacionada aos casos de microcefalia e Guillain-Barré teve alta de 481% nas notificações


Os casos suspeitos de zika, vírus que está sendo relacionado à microcefalia e à Síndrome de Guillian-Barré, avançam em Pernambuco. Até o dia 22 de dezembro, eram 172 casos em 31 municípios. Agora, 15 dias depois, as notificações chegam a mil em nove regionais de saúde que se espalham pela Região Metropolitana, Mata, Agreste e Sertão. O aumento chega a 481%. Os casos suspeitos de chikungunya também aumentaram nesse mesmo período, com alta de 45%. Já são 2,5 mil pernambucanos com sintomas dessa enfermidade. Nesse mesmo tempo, tiveram mais 4,6 mil notificações de dengue (3% a mais, passando de 136 mil para 140,8 mil).

Apesar dos números apontarem para uma possível epidemia combinada de zika, dengue e chikungunya, a coordenadora de arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Claudenice Pontes, avalia que é preciso investigar melhor essa hipótese. No entanto, é certo que o Estado vive um surto viral caracterizado por manchas vermelhas no corpo. “Estamos com evidência de uma epidemia de doença exantemática. O que vai definir isso são as confirmações dos casos após uma investigação. Não podemos dizer que há epidemia somente pelos casos suspeitos. Caso suspeito serve para nortear as ações”, disse.
Enquanto isso, as confirmações laboratoriais tendem a demorar, principalmente, em relação ao zika, que ainda não tem teste sorológico específico - o exame de biologia molecular (PCR) que identifica o vírus ainda não está sendo realizado em Pernambuco. Com relação à dengue, dos 140,8 mil casos suspeitos, 50 mil foram atestados. De chikungunya, dos 2,5 mil notificados até agora, 446 foram confirmados.
Claudenice Pontes destacou, ainda, que o aumento de notificações para as três doenças significa uma maior sensibilização da vigilância dos municípios. Contudo, ainda não está claro o mapa de distribuição e prevalência de uma arbovirose a outra. “No início da doença é muito difícil saber se a pessoa está com chikungunya ou zika, pois elas são muito parecidas. Há edema. Há exantema. Então, estão notificando para as duas coisas e deve ser assim mesmo”, explicou.
COMBATE - Em um cenário no qual circulam quatros tipo de dengue além de zika e chikungunya, todos com o Aedes como vetor de transmissão, as ações de combate ao avanço das doenças se concentram no mosquito. Pernambuco tem 61 municípios em risco de surto e 70 em alerta.
Microcefalia: quarto óbito no Estado
Mais um óbito de bebê suspeito de microcefalia foi registrado em Pernambuco nesta semana. Agora são quatro mortes em investigação. O caso mais recente foi de uma menina, no dia 23 de dezembro, na cidade de Ipojuca. Ela nasceu com 40 semanas e morreu pouco depois. Além dela, os outros óbitos foram de natimortos no Recife e São Lourenço da Mata. No boletim divulgado pela SES, ontem, os bebês suspeitos de microcefalia já são 1.185, alta de 15% em 15 dias. Já no País, as notificações chegaram a 3.174, em 684 municípios de 21 unidades da federação.
O percentual de novos casos notificados de microcefalia tem desacelerado nas últimas semanas. “Há uma redução na velocidade de aumento. Isso já era até esperado”, comentou o diretor de Controle de Doenças e Agravos da SES, George Dimech. Segundo ele, isso reflete uma sazonalidade do zika vírus, que teve picos maiores no início de 2015. “Como o evento está relacionado ao zika e os casos do vírus no período de seis a nove meses atrás diminuíram, diminui também a incidência de microcefalia (agora)”, completou.
Um dado de destaque no boletim estadual foi o salto de gestantes que apresentaram exantema e estão sendo acompanhadas para verificar a possível ocorrência de microcefalia no feto. Entre 2 e 20 de dezembro, eram 155 grávidas. Ontem o número subiu para 349 gestantes. As confirmações da malformação do bebê intraútero se mantiveram em quatro delas.
AMAZONAS - Pela primeira vez, está sendo investigado um caso da malformação no estado do Amazonas. No País, também estão em investigação 38 óbitos de bebês com microcefalia possivelmente relacionados ao vírus zika. Pernambuco continua a encabeçar a lista de bebês suspeitos da anomalia, sendo seguido pela Paraíba (504), Bahia (312), Rio Grande do Norte (169), Sergipe (146), Ceará (134), Alagoas (139), Mato Grosso (123) e Rio de Janeiro (118).
06/01/2016 08:33 - Renata Coutinho, da Folha de Pernambuco

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